O samba de roda é uma manifestação musical, coreográfica,
poética e festiva, presente em todo estado da Bahia e, em particular, na região
do Recôncavo. Tem origem nas tradições culturais trazidas pelos africanos que
foram escravizados, mas é considerada uma cultura afro-brasileira, criada no
Brasil.
Formas culturais que fazem parte do Samba de Roda em sua
configuração atual podem ser encontradas desde o século XVII. Em geral, podemos
caracterizar o samba de roda da seguinte maneira:
- disposição dos participantes em círculo
- presença de instrumentos musicais, dentre eles, os tradicionais: pandeiro, prato-e-faca, viola. Outros instrumentos usados são: atabaques, tamborins, timbales, marcação, reco-reco, chocalhos, triangulo, tabuinhas. Em geral, os instrumentos são tocados pelos homens, com exceção do prato-e-faca.
- canto entoado por um ou mais puxadores com coro cantado pelos participantes da roda
- dança feita dentro da roda, chamada miudinho, que consiste em um sapateado com o pé no chão. A dança é realizada na cintura para baixo e, em geral, é realizada pelas mulheres. A dança é feita uma pessoa por vez, dentro da roda.
Há inúmeras modalidades de samba de roda, mas podemos dividi-las em dois grandes grupos:
- Samba corrido ou simplesmente samba de roda
- Samba chula, também conhecido em diferentes regiões como: de parada, amarrado, de viola e barravento
As principais diferenças entre o samba corrido e samba chula
se referem às relações entre música e dança e podem ser resumidas em dois
pontos principais.
O primeiro é que no samba chula a dança e o canto nunca
acontecem ao mesmo tempo, mas os instrumentos estão presentes nas duas
situações. No samba corrido a dança, o canto e o toque ocorrem simultaneamente.
O segundo é que no samba chula apenas uma pessoa de cada vez
samba no meio da roda e no samba corrido podem sambar uma ou várias pessoas ao
mesmo tempo no meio da roda.
Em geral, podemos dizer que o samba corrido é mais livre,
mais permissivo e o samba chula é mais exigente, mais rigoroso.
Para saber mais sobre o Samba de Roda: Dossiê Samba de Roda
do Recôncavo Baiano (IPHAN, 2006)
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